‘É preciso atitude política para superar o atraso tecnológico’, diz ministra de C,T&I
Leia matéria de Emanuelle Bordallo para O Globo, publicada em 11/3:
A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, defendeu o combate à desigualdade tecno-científica na abertura da Science20 (S20), evento paralelo ao Grupo dos 20 (G20) que reúne representantes da comunidade científica internacional nesta segunda-feira, no Rio de Janeiro. Em entrevista durante o evento, Santos afirmou que “é preciso ter atitude política” para enfrentar tais assimetrias, sobretudo em questões que esbarram em interesses econômicos conflitantes, como inteligência artificial e transição energética.
Ministra de CT&I Luciana Santos discursando na abertura do S20 Brasil
“Esses interesses precisam ser matizados a partir da vontade política, seja dos países que têm uma uma condição em algumas áreas de conhecimento de maior acúmulo, seja dos países que procuram ter desafios comuns para poder enfrentar essa desigualdade. É preciso ter atitude política, sem dúvida nenhuma — afirmou a ministra. — A comunidade acadêmica e científica vai fazer a sua parte. Nós vamos precisar, no plano do governo e político, demonstrar e fazer valer acordos de interesse que perpassem a superação do atraso tecnológico.”
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Organizado pela Academia Brasileira de Ciências (ABC), o S20 se debruçará em cinco temas principais: bioeconomia, desafios da saúde, inteligência artificial, justiça social e processo de transição energética. Além de representantes da comunidade científica do Brasil, o evento desta segunda-feira conta com a participação de membros de academias de países como Argentina, Austrália, Canadá, China, África do Sul, além da Academia Mundial de Ciências e outras organizações internacionais.
Novidade da presidência rotativa do Brasil no Grupo dos 20 (G20), o S20 é um dos grupos de engajamento do G20 Social, formado por entidades da sociedade civil que deverão enviar recomendações ao fórum em diferentes aspectos dentro dos temas traçados como prioridade pelo governo do Brasil: combate a fome, pobreza e desigualdade, desenvolvimento sustentável e reforma da governança global. Pela primeira vez, os grupos enviarão suas declarações finais, em julho, para que os Estados-membros possam analisar o conteúdo a tempo da Cúpula de Líderes, em novembro, no Rio de Janeiro. O G20 Social também terá uma cúpula a parte nos três dias que precedem o principal evento do fórum.