Avanços em Ciência e Tecnologia dependem da taxação de grandes fortunas, diz ministra de CT&I
Leia matéria de Victoria Netto, publicada no Valor-Rio, em 11/3:
A ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Luciana Santos, afirmou nesta segunda-feira (11) que a taxação de grandes fortunas também pode servir como um vetor de investimentos em ciência e tecnologia no plano nacional e global. A declaração ocorreu durante o Science G20 (S20), que ocorre nesta segunda (11) e na terça (12) no Rio.
O S20 é o núcleo de engajamento do G20 — grupo que reúne as 19 maiores economias do mundo, além da União Europeia (UE) e União Africana — para a área de ciência e tecnologia, envolvendo as Academias de Ciências dos países membros.
Os debates ocorrem anualmente, coordenados pela Academia de Ciências do país que preside o G20. Neste ano, as discussões versarão em torno de cinco eixos: bioeconomia, desafios da saúde, inteligência artificial (IA), justiça social e processo de transição energética.
No evento, Santos disse que “não é possível avançar nos grandes investimentos em ciência e tecnologia” sem a agenda macroeconômica. “Qualquer perspectiva de um salto no enfrentamento à desigualdade requer um grande investimento, e eu concordo com a pauta do ministro da Economia de que a agenda das grandes fortunas é necessária para o debate de distribuição de renda no mundo e não é diferente no Brasil”, afirmou.
No final de fevereiro, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, propôs que os países de todo o mundo se unissem para taxar as grandes fortunas, em sua fala de abertura da 1ª Reunião de Ministros de Finanças e Presidentes de Bancos Centrais da Trilha de Finanças do G20.
Neste ano, sob a presidência do Brasil, a agenda do G20 passa por três eixos principais: combate ao aquecimento global e promoção do desenvolvimento sustentável; inclusão social e combate à fome e à pobreza; e reforma das instituições globais.
Cooperação
De acordo com a ministra Luciana Santos, o acordo entre Mercosul e União Europeia segue como uma pauta prioritária na presidência do Brasil no G20 neste ano. Ela citou a cooperação internacional para a redução de desigualdades entre países de economias desenvolvidas, no hemisfério norte, e os países em desenvolvimento, no Sul Global. “Estamos determinados a fazer o acordo do Mercosul, que tem décadas e não sai do papel. Nós tivemos uma boa conversa com o primeiro-ministro da Espanha [Pedro Sánchez], que esteve aqui na semana passada, e ele também está de acordo.
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